Municípios do Médio
Jequitinhonha
apontam candidatos a prefeito
Araçuaí, Virgem da Lapa, Berilo e Chapada do Norte
já sabem quem
escolher nas próximas eleições
A campanha eleitoral já começou. Vários grupos políticos nos
municípios de todo o Vale do Jequitinhonha vêm definindo seus candidatos a
prefeito. Podem surgir novas candidaturas devido a insatisfações, racha de
grupos, acordos mal amarrados e pressão da sociedade por novas alternativas de
gestão local.
A tendência é de duas candidaturas na maioria dos municípios, não se vislumbrando outro quadro.
No Médio Jequitinhonha, nos municípios de Araçuaí, Berilo,
Chapada do Norte e Virgem da Lapa já há definições de candidaturas a prefeito. Dificilmente,
haverá alteração nos indicados pelos grupos políticos até o momento.
Veja o quadro em alguns municípios da região:
Araçuaí pode ter duelo Aécio x Cacá
o prefeito Aécio Jardim é candidato à reeleição, tendo como
vice Leonardo, do PMDB. Embora tivessem brigado nas eleições de 2010, um
chamando o outro de ladrão, juntou-se de novo, para enfrentar uma candidatura do
PT, que havia governado o município por 12 anos.
Prefeito Aécio Jardim disputa a reeleição com o vice Leonardo
Aécio se aproveitou de vários convênios com o governo
estadual e governo federal – deixados pelo ex-prefeito petista José Antônio - e realizou várias obras na cidade, principalmente
de pavimentação.
O medo da turma de Aécio é a candidatura de Maria do Carmo
Ferreira da Silva, a Cacá, que ocupa cargo no governo federal, em Brasília. Alguns confessam que é a única opção da oposição petista de voltar ao poder no município.
Ex-prefeita Cacá, ao lado dos deputados Luiz Henrique Santiago e André Quintão.
Através
de artimanhas políticas, o Tribunal de Contas do Estado de Minas, rejeitou
contas da Cacá, devido a erros técnicos, em repasse a mais para a Câmara de
Vereadores. Assim, ela ficaria inelegível, pela Ficha Limpa. Os aliados de Aécio tentam macular a imagem de Cacá, falando em desvios de verbas.
Lideranças petistas dizem que ela pode se
candidatar, os aliados do Aécio divulgam que não.
O PT teria o médico Armando como plano B.
Virgem da Lapa: prefeito Dim quer fazer sucessor
Depois de 7 anos no poder, o PT de Virgem da Lapa apresentou Harley, Secretário Municipal, como pré-candidato ao Executivo. Marcinho de Naila, do PSB, também se diz candidato, dentro do mesmo grupo. O prefeito Dim Martins faz várias articulações para manter o grupo unido, tentando convencer um ou outro dentro de um projeto político.
Nas duas eleições, de 2004 e 2008, Dim
ganhou em todas as urnas, alcançando mais de 70% dos votos. Ele acredita que o
grupo continua no poder, em Virgem da Lapa.
Prefeito Dim Martins, abraçado com o artesão e congadeiro Mestre Bastião, de Minas Novas
A oposição lança o ex-prefeito Diógenes Timo, que foi
derrotado em 2008. Ele procura fazer articulações tentando tirar lideranças que apóiam
a atual administração. Conseguiu fazer a presidência da Câmara com Lacerda e o
apoio de dois vereadores que saíram do PT, Marcinho de Zué e Jênisson. Mas, Lacerda vive a ameaça de cassação do
mandato devido à acusaçãode uso indevido do veículo da Câmara.
A Câmara dos Vereadores teve
seu programa na Rádio Morada suspenso também devido ao baixo nível de
acusações que ali se dava, principalmente através de Marcinho de Zué, que ataca ferozmente a administração e o grupo político comandados pelo prefeito Dim.
Berilo: Candidato de
Barueri enfrenta filho de ex-prefeito
Em Berilo, há dois candidatos definidos para as eleições
municipais: Betão, de Barueri, e Higor, filho do ex-prefeito Ioiô.
Depois de 7 anos de governo, o grupo do prefeito Lázaro
Neves não conseguiu se articular politicamente, vivendo brigas políticas e disputas internas,
principalmente no segundo mandato. Com isso, grupos de apoiadores e lideranças se
sentiram alijadas, bandeando-se para a oposição.
O vereador Zezinho de Jamiro, do DEM, apresentou-se como
candidato e fez várias ações como presidente da Câmara, forte influência sobre
o prefeito Lázaro e apoio de candidato a deputado federal diferente da opção do
grupo. Atropelou companheiros e encostou no prefeito para ser o indicado
preferido. Três Secretários - Tintim, Edmilson e Moacir -, procuraram outra
alternativa por não concordarem com a candidatura de Zezinho. Ele prometia
tirar a concentração de poder que eles detêm. No final do ano, Tintim se
afastou da Prefeitura, por decisão pessoal.
Prefeito Lázaro Pereira Neves (à direita), ao lado do presidente da
Câmara Municipal, João Diógenes
Foi apresentada a candidatura do empresário Alberto Eleutério,
o Betão, como candidato a prefeito. Betão nasceu em São Paulo e mora em
Barueri. Seus pais são de Berilo e sua mulher também. Ele viveu seu período de
adolescência na cidade, no início da década de 80.
Sua principal apresentação é o projeto Barueri Bem Berilo, em
que a prefeitura paulista distribuiu cestas básicas e brinquedos, em dezembro
de 2009 e 2010, além de doar veículos e equipamentos usados para a Prefeitura
de Berilo. Barueri também patrocinou um projeto de captação de água de chuva
com R$ 300 mil reais. Esta campanha não se repetiu em 2011, como estava
previsto. Não houve explicação da suspensão do programado.
O jovem Higor Maciel, 26 anos, é o candidato da oposição. Ele
foi candidato a prefeito em 2008, após viver o trauma do assassinato de seu
pai, o ex-prefeito Ioiô, em junho
daquele ano. Ele tinha apenas 22 anos. Viveu sua primeira experiência política
por estar sempre afastado das atividades do pai, prefeito por duas vezes.
Foi uma campanha muito emocional com a utilização massiva do
nome do pai. Embora tenha sido preso o assassino confesso que disse ter
cometido o crime por encomenda do médico Luiz Nogueira, o clima pesou durante
todo o período eleitoral, com as suspeitas de crime político. Higor perdeu as eleições de 2008, por apenas
207 votos, a mais apertada na história de Berilo, com acusação de uso abusivo
da máquina pública.
Espera alcançar vitória neste ano, após filiação ao PSDB e
articulação de mais 5 partidos. Ele conta com o desgaste da atual administração que vem realizando obras, mas maltratando o povo, segundo várias lideranças do seu grupo.
Chapada do Norte:
Ex-prefeito Manoel Branco
enfrenta comerciante indicado por Teco
Após duas vitórias fáceis, em 2004 e 2008, e uma administração
de muitas obras com diversos convênios com o governo estadual, o prefeito Teco
Soares pode ter sérios problemas para eleger
o seu sucessor, o comerciante Ronaldo
de Zuza.
Prefeito Teco Soares, de Chapada do Norte, tem dificuldades na eleição de sucessor
Ele enfrentará o popular Manoel Branco, ex-prefeito de 1997 a 2004.
Teco venceu as duas eleições citadas devido à articulação de
Paulinho da Cachoeira que se tornou seu vice e trouxe mais da metade do grupo
do Manoel para apoiá-lo, na época.
Paulinho acreditava que seria o candidato natural do novo
grupo. Teco o preteriu. Os políticos da cidade, principalmente a família Soares,
não querem entregar o comando do município para lideranças dos distritos, como
aconteceu com Manoel Branco, de Boa Vista. Além do mais, Teco acredita poder ter
mais influência na administração com Ronaldo de Zuza, como prefeito. O que
diminuiria seu poder com Paulinho de Rosa, da Cachoeira, que tem autonomia e
grande experiência como homem público, como vice-prefeito por duas vezes e vereador por 3 vezes.
Por sua vez, Manoel Branco tem grande aceitação popular e é respeitado
como bom administrador – apesar da pouca leitura-, transparente e democrático, utilizando
o lema de “não roubar e nem deixa roubar”.
E ainda pior para o candidato de Teco: Manoel Branco espera
contar com o apoio de fiéis companheiros como Zé Emetério, vereador no 4º
mandato, da região do Granjas; Zé Donério, de Boa Vista; Paulinho de Totô, ex-prefeito;
de dois irmãos do Teco; e de lideranças da cidade, do São João, Córrego do Rocha, Água
Suja, Santa Rita, Cachoeira, Batieiro, Marzagão e outras comunidades, quase todos apoiadores da
atual administração.
Mais um fator de dificuldades para Ronaldo de Zuza. Paulinho
da Cachoeira sempre foi grande amigo de Manoel Branco, desde os tempos de corte
de cana, na região de Taquaritinga, em São
Paulo. Foi Paulinho o grande articulador político da candidatura e apoiador da administração
de Manoel Branco. Só não se candidatou
em 2004 porque Paulinho de Totô, ex-prefeito da cidade, não abriu mão de ser
candidato. Paulinho de Cachoeira bandeou-se pro outro
lado e deu a vitória à oposição. Ele sabe que terá mais espaços políticos com
Manoel do que com Ronaldo. Seu movimento político define a peleja.
Mas, promete ser uma das disputas mais acirradas da região.